quarta-feira, 23 de maio de 2012

Coisa de fêmea

 Mulheres se divertem aderindo a hobbies tidos como masculinos

Por Patrícia Pessoa

No campo profissional, as mulheres já provaram que podem ter um desempenho tão bom quanto a dos homens. Agora, elas também querem se divertir como eles, e resolveram invadir redutos de lazer tidos como masculinos. É o caso de motociclistas, que deixaram de lado a garupa para acelerar, ou das mulheres que praticam artes marciais e até pescaria. 

De mera companhia, a mulher passou a estar inserida no universo predominantemente masculino como igual. 

Segundo sociólogo, que não quis se identificar “a história explica o modo pelo qual as mulheres travam uma batalha para se igualar”. Para a psicologia o fenômeno faz parte da busca pelo autoconhecimento. 

“Sempre gostei de assistir UFC (Ultimate Fight Champship), e achava muito show a Gina Garano lutando” diz Luciane Ribeiro, que começou a treinar Muay Thai por questões estéticas. Ela diz que, com o treinamento, aprendeu a ser uma pessoa mais regrada, centrada e determinada. 

Uma das dificuldades enfrentadas por Luciane foi o fato de treinar com homens. “Eles acabam se segurando para não machucar, impossibilitando uma luta de igual para igual”, lamenta ela. 

O Muay Thai é uma arte de defesa originária da Tailândia, aprimorada ao longo dos anos, e hoje muito praticada na atualidade por mulheres que buscam o condicionamento físico e o equilíbrio. “As mulheres tem mais facilidade de assimilar os movimentos e são mais centradas, por exemplo, se eu peço para girar o quadril, ela aprende rapidamente, já o homem demora mais tempo para realizar o movimento corretamente” diz o instrutor Leandro Caio, da equipe Bazéba.



“O Muay Thai é uma paixão, como muitos são apaixonados por voley, futebol , eu sou apaixonada por Muay Thai”. Luciane Ribeiro.

Um hobbie menos radical, mas tradicionalmente visto como masculina é a pescaria. “Geralmente elas são mais caprichosas que os homens no seu arsenal e desenvolvem habilidades pertinentes à prática, como o conhecimento no manuseio do equipamento que é estudado em revistas pertinentes a prática”, relata o pescador Edson Piovesan.

Elas não se incomodam de estar em meio a tantos homens, gostam de se aventurar por locais selvagens e rivalizam com os parceiros em busca do maior peixe, vangloriando-se, tal como eles, pelas suas lutas memoráveis. 

Maria de Fátima é um grande exemplo de paixão por este hobbie. “Comecei acompanhando meu marido e acabei me entregando à prática. Essa mudança de hábito trouxe uma singularidade para minha vida, a pescaria é um momento único de lazer, de sair da agitação da cidade e da rotina do dia-a-dia”, resume Fátima. 

Ao contrário de Fátima, algumas mulheres preferem como hobbie a adrenalina das motocicletas. O grupo conhecido como Ladies Off Harley é a versão cor-de-rosa dos amantes da Harley Davidson. A ideia é a mesma: pegar suas motocas e cair na estrada. Só que as meninas deixaram as garupas e partiram para a linha de frente. 

“Os pontos de encontro ainda têm predominância masculina, mas a mulherada está chegando...”. “Uma das dificuldades enfrentadas é o peso da moto, que facilita as quedas. Porém, como andam em grupos, elas se ajudam para levantar e prosseguir a viagem”, diz participante do grupo que não quis se identificar. 

Seja pela paixão, pelo condicionamento físico, estética ou mesmo pela companhia, as mulheres estão rompendo as últimas fronteiras do universo masculino.


Um comentário:

  1. É vero, cada vez mais as mulheres estão fazendo e ocupando papeis antes exclusivo dos homens... Ainda bem!!! Parabéns pela matéria!!

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