O lixo e a Saúde na cidade de Osasco

Moradores sofrem com o excesso do lixo.

Por Márcia Tavares

Em Osasco, município da Grande São Paulo, mais precisamente no bairro do Rochdalle, alguns moradores estão testando a paciência de muitos vizinhos e causando riscos à saúde da população. Um bom número destas pessoas trabalha com reciclagem de materiais usados, mas alguns acumulam tanto lixo que acabam facilitando a proliferação de ratos e insetos, e consequentemente, causando doenças. Sem contar o mau cheiro que invade a vizinhança. A maioria desses trabalhadores de reciclagem mora numa área de invasão e não toma o devido cuidado com o lixo, recolhido em grande quantidade.


Agentes comunitários da Unidade Básica de Saúde do bairro atendem semanalmente essa área e, entre outubro e dezembro de 2011, realizaram um mutirão para conscientizar a população dos riscos e perigos a saúde que o acúmulo de lixo desordenado e sem cuidado pode causar.


Dona Mara Fonseca mora em frente à favela, e ao lado das duas caçambas onde os moradores do local acumulam lixo. Ela conta que já teve vários problemas, pois as caçambas são os únicos locais de descarte de lixo dos moradores da área de invasão, e elas já não comportam a quantidade depositada diariamente. O caminhão de lixo passa somente duas vezes por semana no local e, assim, os depósitos não suportam o excesso de material descartado. “Quando chove, a água leva todo o lixo do chão e entope os bueiros. Já ligamos para a Prefeitura que chegou a nos cobrar o valor de R$100,00 para recolher o lixo”, conta Mara.


Além de ratos e insetos, o lixo em excesso também facilita a presença de pombos que geram doenças na vizinhança. Dona Mara já ligou várias vezes para a Prefeitura, na esperança de alguma solução para o caso, porém até o momento nada foi feito, e sua casa continua sendo alvo dos pombos e ratos que se alimentam do lixo. Mara sempre anota o número de protocolo das ligações. “Até cachorro morto já foi colocado no lixo e ninguém faz nada. O nosso ponto de descarte virou um depósito de lixo que fica na porta da nossa casa”, desabafa Mara. 

Já se tentou colocar uma caçamba na área de invasão, mas os moradores não concordaram  e pediram para que a Prefeitura o retirasse.

Dona Petronília Maria, que trabalha há muitos anos no bairro, comenta:  “ninguém faz o descarte correto do lixo e muitos até jogam os resíduos fora da caçamba.”

Em  Rochdalle, é preciso reeducar os moradores da área de invasão, para que haja uma boa convivência entre eles e a classe média.

Dona Izabel Pinheira, moradora da invasão, também é vítima do excesso de materiais para reciclagem. Ao lado de sua residência há um enorme acúmulo de lixo, mais conhecido como bag, um espaço inapropriado para reservar tanto lixo. “Eles guardam muito vidro e isso é perigoso para nós que temos crianças, pois algumas já se cortaram. Sem contar os ratos que passam frequentemente na frente da minha casa”, diz Izabel. “Até uma geladeira já caiu do alto. Se houvesse alguém em baixo, teria sofrido um sério acidente”, desabafa. Alguns moradores já enviaram um abaixo assinado à Prefeitura, solicitando a retirada do excesso de entulho, porém de nada adiantou. 

A agente comunitária, Rejane Karla, visita os moradores da área de invasão semanalmente orientando-os a cuidarem melhor do seu lixo. “Sempre alerto sobre as doenças que o excesso de lixo causa, mas os moradores já estão acostumados a viver desta forma, e resistem à mudança de comportamento”, declara. 

Devido à irresponsabilidade de algumas pessoas, todos são obrigados a pagar um alto preço: o de perder a própria saúde! Isso acontece devido à falta de conscientização de alguns moradores, que não respeitam as regras de boa convivência e não cuidam bem do seu lixo. Por conta disso, todos são obrigados a conviver com ratos e insetos, e a se proteger de doenças geradas pelo descuido do lixo.